Passagem de volta

Comprei passagem de volta...

isso se um dia deixar de amar...

não deixarei de gostar muito...

não choro mais, alegro-me apenas,

porque com o brincar aprendi a ser mais feliz...

com muitas coisas que parecem até infantis,

sei que no fundo eu amo muito,

amo com entusiasmo o viver proporcionado pelos Céus,

aprecio o paladar de palavras doces,

deixe-me ler o que escreves...

talvez em linhas distorcidas

e letras decimais, encontre o sonho nunca alcançado pelas sombras...

e seguindo em uma rotina de penumbra,

o lânguido sorriso do pranto,

esguio como uma lâmpada acesa de um poste em decadência,

ergo as masmorras do tempo e do vento...

correndo em verdejantes paisagens delirantes,

socorrendo das chamas intensas,

cobrando o preço pela labuta querida,

gritando aos quatro cantos da terra,

que na fama o ganhador nada ganha,

e que em doidices da existência há mais alegrias...

Apesar de pessoas fugindo de si mesmos...

fazendo todo dia quase que a mesma coisa...

as mesmas aversões,

os mesmos gostos, as mesmas tarefas,

quase não dá para esconder-se disso,

mas se a casa estivesse em chamas,

esqueceria tudo, correria para os braços de quem clama,

inflama, esqueceria de afazeres vãos,

aparentemente são bons, mas sempre os mesmos empanturram,

com sabores de fel ou de comida sem sal...

Assim, num clamor por segredos,

veja que criatividade é importante...

procurar por mistérios ocultados da multidão,

em que a felicidade segura com as duas mãos...

E os sonhos não são em dólares dolorosos,

mas em reais, bem real.

Wanderson Benedito Ribeiro
Enviado por Wanderson Benedito Ribeiro em 08/06/2011
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