(Re)nascimento

A efemeridade daquela aura desconhecida

Abriu-me os olhos inválidos

Para o renascimento duma vida

Que estava cheia de cóleras

Enchendo-me de silêncios

Com passos esparsos que se moviam a esmo.

Destruíam de forma iniqualável

A aurora que nunca via

E dessa ausência que me deixava ressaca

Abatia-me sem razão e tirava-me virtude.

Mas com gestos desiguais

Saía do escárnio em que me mantinha,

Sem saber a descritude do teu rosto cálido

E pensamentos condizentes a verdade

Que puderam me fazer ver de dentro

Como o coração humano é cheio de vazios

E, ao mesmo tempo, está em plenitude desvairada

Que nos põe na loucura - mas também na sanidade:

Triste do bardo, que se corrompe...

No entanto, aumenta sua bravura pela realidade.

Ricardo Miranda Filho
Enviado por Ricardo Miranda Filho em 06/06/2011
Reeditado em 20/03/2012
Código do texto: T3017924
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