Freud Explica

Talvez Freud explicasse melhor do que eu mais duvido que ele decifrasse a alma de uma mulher. O amor não deve ser imposto nem cobrado por ninguém senão ele deixa de ser nobre para se tornar pedinte, apenas ame e se deixe amar simples e complicado assim. Ninguém precisa procurar pelo amor porque ele passa a vida nos procurando, todos os dias em relações familiares, de amizades ou mesmo sentimentais. Desculpe, acordei assim...

Para essa ocasião as mulheres usam seus melhores vestidos

A igreja enfeitada repleta de flores , familiares e amigos

No altar o noivo esta lindo e sorridente ajeita o terno

Pela primeira vez ele vai jurar diante de Deus amor eterno

Félix Mendelssohn compôs em 1842 a marcha nupcial

Abre-se as portas da matriz para uma noiva tradicional

Com um sorriso meigo ela segura flores naturais em forma de um buquê

Enquanto na sua cabeça se passam uma infinidade de perguntas e porquês

Na frente a linda daminha de honra levando as alianças

Conduzida pelo braço do inseparável avô

A noiva ainda conserva os sonhos e a inocência de quando era uma criança

O vestido branco para ela simboliza a pureza da alma

E a tiara de princesa nos longos cabelos transmite uma sensação de calma

Mas seu avô vê uma lágrima de tristeza deslizar sob o véu

Compreensivo e sábio aperta sua mão e diz :

Você não é obrigada a fazer isso Raquel

Mais um passo em direção ao altar

Vejo meus pais que tanto tenho medo de decepcionar

Mais um passo e encontro os olhos do meu irmão

Como se me dissesse sem palavras

Ainda há tempo de dizer não

Mais um passo e vejo o ansioso noivo a me esperar

Sei que não é a hora nem o lugar

Mas ali descubro que não o amo nem nunca vou amar

No meio de toda aquela beleza e poesia

Me lembro de quem realmente eu amei um dia

Paro no meio da igreja e meu avô solta minha mão

Como quem diz você nasceu para seguir seu coração

Ergo a barra do longo vestido e correndo deixo tudo e todos para trás

Porque permito que sempre a felicidade de todos

Venham sempre primeiro que os sonhos da moça de Batatais?

O buquê e a tiara de princesa perdi na escadaria

Corro porque me recuso a ouvir sermões e gritaria

Quem fica nunca esquece quem foi embora dessa vida um dia

Entrei no meu fusquinha vermelho e joguei a grinalda e as sandálias na rodovia

Se eu tivesse conhecido Freud certamente ele me compreenderia

E me explicaria porque eu choro ouvindo no you tube a marcha nupcial

Quem sabe ele até ia sentir carinho por mim

Quando eu o olhasse dentro dos olhos querendo dizer que isso é normal

Apenas alguém romântica que já amou demais

O homem que hoje é só uma lembrança

Perdida nas memórias dessa moça de Batatais...

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 30/05/2011
Reeditado em 30/05/2011
Código do texto: T3003447