Amor? É de comer?
Penso por um minuto
Que este não é o tempo bastante
Sinto compelido a entrever
Em memórias passadas
Tudo o que já aconteceu
Por mais que eu sinto o contrário
Sou-me obrigado
A rever o que eu já fiz
E todo o resto que não refiz
Intrigante, inconcebível
Nausante, admirável
Não sei com que palavras
Posso descrevê-lo, por conseguinte
Sim, a poesia não tem rima
Mas para que se precisa
Quando se quer se falar de uma característica
Um sentimento poderoso como o amor
Ainda penso que nunca o tive
Ou sempre o tive como um todo
Por vezes o emulo
Por vezes o trancafio
Não gostaria de sentí-lo por completo
Pois sou, sem você, apenas um arremedo
Queria saber degustá-lo
E, também, apreciá-lo
A angustia consome a minha busca
Ferido fico apenas observando os outros
Que acham o amor, se é que existe
E o abstraem para si mesmos
O que é o amor?
De fato?
Fico a esperar uma resposta
Quem sabe... um dia.