Amor? É de comer?

Penso por um minuto

Que este não é o tempo bastante

Sinto compelido a entrever

Em memórias passadas

Tudo o que já aconteceu

Por mais que eu sinto o contrário

Sou-me obrigado

A rever o que eu já fiz

E todo o resto que não refiz

Intrigante, inconcebível

Nausante, admirável

Não sei com que palavras

Posso descrevê-lo, por conseguinte

Sim, a poesia não tem rima

Mas para que se precisa

Quando se quer se falar de uma característica

Um sentimento poderoso como o amor

Ainda penso que nunca o tive

Ou sempre o tive como um todo

Por vezes o emulo

Por vezes o trancafio

Não gostaria de sentí-lo por completo

Pois sou, sem você, apenas um arremedo

Queria saber degustá-lo

E, também, apreciá-lo

A angustia consome a minha busca

Ferido fico apenas observando os outros

Que acham o amor, se é que existe

E o abstraem para si mesmos

O que é o amor?

De fato?

Fico a esperar uma resposta

Quem sabe... um dia.

Daniel Chrono
Enviado por Daniel Chrono em 29/05/2011
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