NÃO COSTUMO SER ASSIM POR MAIS DE MEIA HORA
16.01.06.
Essa vai durar meia hora; sons altissonantes que me elevam a alto
cume
Onde vejo restos desse lume que ameaça virar nova fogueira
Não posso virar novamente poeta da soleira, aquele ninguém que
nunca existiu
Perfaz-se da tímida caneta a horrendas teclas nesse computador que
tudo salva
Aquilo que penso “quebra-cabeceando” do escanteio tudo
embaralhado
Acho que é para que ninguém perceba
Que ainda sei amar, que ainda amo
Amo muito mais do que escrevo, muito mais do que reclamo
Meu ensejo
Aquilo que muito mal declamo nesse meu jeito de escrever insano
É sobejo que me farta nesse ano que perpetua toda possível
mudança
Andanças... Como andei por aí te “percurando”
Tórridos sertões enquanto zona norte eras; papa-goiaba
O queimar do gelo me trouxe de volta
As geladas cobertas e meu exagero
Minha certeza, a ausência do medo
Essa vai durar meia hora; Franz Von Suppé me apavora em
“El poeta y el aldeano”
Sair desse rio e te encontrar no frio
Sair do frio e voltar para esse Rio
Muito calor agora, sua barriga, suas pernas, seus seios, seus brios
Violino não gostas talvez
Piano me alucina tem vez
Agora você me aprisiona de vez
Essa vai durar meia hora, até que você chegue
Me veja assim sentado, calado, sem jeito, desfeito nesse amor que
sinto e
Pressinto que seja eterna enquanto eu poeta de novo sem jeito
Resolva de vez achar de novo meu passo, meu leito
Se é que se pode nessa vida viver aquele grande
Viver aquele enorme e infinito amor que meu pai falava:
“Não se pode ser homem e não vivê-lo”
Que seja sempre tudo começo
Será que mereço?
Começo, sempre começo achando que o eterno é sempre começo,
me conheço!
Não paro, não largo desse sonho, abocanho desde o começo
Tem meia hora que não desisto em ser feliz, feliz demais, demais,
demais
Você me apaixona com seus cuidados demais
Você me renasce das cinzas, das tumbas e sou assim por mais meia
hora
Um homem feliz por demais
Exista sempre Beliza!
(continue, sobreviva, exista!)