A PROCURA DE UM AMOR
Meu amor! Ò meu amor!!
Onde estas que não respondes?!
Em que cidade, em que bairro te escondes
Fugindo dos olhos meus?!
A muito tempo me perco
Procurando-te de rua em rua
E na ânsia de te encontrar
Até mesmos nas esquinas
Dessa minha vida bandida
Eu fui te buscar.
Onde está meu Deus
O amor que eu tanto procuro?!
Meu deus!! Onde está?!!
Por companheira nesse mundo
Me negas o sorriso da mulher amada
E me dás apenas os versos solitários
Dessas poesias compostas
Nas gélidas madrugadas,
Mas isso não basta!
Não mais!! Nunca mais!!!
E é por isso que caminho
Tão só e abandonado
Em meio a essa multidão
Que por mim vai passando
Em busca de um destino,
É por isso que me demoro
Vasculhando cada face
E mergulho em cada olhar
Na esperança de encontrar
Alguém a quem eu possa amar.
Mas ai de mim!
Uma gargalhada sinistra
Corta o infinito
E como flecha maldita
Trespassa-me os tímpanos
Arrancando da alma
A derradeira esperança:
“Basta poeta!
Cessa teu clamor!!
Se até mesmo as estrelas
O seu destino tem que aceitar
Quando as arranco do espaço
E as lanço lá do alto
Para que pereçam na terra;
Porque haverias tu
De quebrar os grilhões
Que sobre tuas mãos coloquei?!
Tu és poeta!
E por isso fostes condenado;
Em eterna solidão
Pelo mundo hás de vagar
Cantando em versos
As delicias do amor
Sem que jamais um dia
Por alguém sejas amado!”
E o poeta em desespero
Apenas murmurava:
“meu Deus! Meu Deus!! Meu Deus!!!”.