FICAR INVENTANDO PARA O DIA PASSAR LOGO
14.11.1994.
Logo pelas primeiras horas quero lhe ver
Nos tímidos raios do Sol que tão cedo me despertam
Mesmo que tenha a noite me maltratado
Ver você voando por dentre brumas
Sentir toda a acidez de nossos lábios quebrados
Tocar seu corpo indisposto
Me afogar em seus braços morenos, espertos e
Ouvir seus sons
Quando vier o Sol disposto a me queimar e
O relógio ininterrupto me apressar
Quero lhe dar aquele tchau até daqui a pouco
Virar a curva da estrada e perguntar: será que aguento?
Esperar o dia monótono sem você logo passar
Por alguns momentos lhe esquecer um pouco
Ficar inventando coisas
Revirando coisas “pro” dia passar
Ficar ouvindo rádio, motor de carro, mugido de boi
Mais um cigarro, aguardar na tarde o escurecer
Lhe querer logo no poente
Meus sentimentos não piscam, não dormem