AMOR ARREPENDIDO
Na primeira vez
Em que eu te encontrei
Eras uma fera ferida!
E todos te acusavam
Condenando-te a viver
Como um verme rastejante
Que se alimenta da morte.
Eu te vi caída
E estendi a mão
Para te levantar
Daquele imundo chão!
Não perguntei quem eras
E nem quis saber
Porque sofrias tanto
Sendo massacrada a pedradas
Pélas mãos daquela gente.
Mas o tempo passou
E as feridas cicatrizaram,
Daqueles momentos
De tanta dor e desespero
Bem depressa esqueces-te.
E agora, somente agora!
Que te vejo assim,
Tão orgulhosa e fria
Quando passas por mim!
Posso entender afinal
Qual era a razão
Daquelas pedras atiradas.
Como me arrependo
Do dia em que te estendi a mão.