Poema de amor
Das histórias tantas
Que muitos contam
Um rapaz, apaixonou-se
loucamente
por uma moça.
Viu-a descer as escadas
E a observou de fora ao profundo
Uma imagem perfeita.
Olhos brilhantes, seios relevantes
Boca envolvente, corpo desejável.
Fez da sua ação
uma reação.
Até que sem perceber
se esbarraram
num ensaio de luz.
"Quem és tú?" indagou ele
quase sem ar.
"Sou uma menina qualquer
com sonhos de mulher,
mas pode me chamar de Tereza."
E de falarem, dançaram a noite toda.
E descobriram
(diante dos pedaços que em ambos faltavam)
As metades que se completam.
E assim se amaram
Numa viagem ao céu
Ao encontro do mar
Num enlace perfeito
Traçado por lábios
No sabor do momento
A essência do amor.
E as vozes sumiram, pessoas desapareceram
Só se ouvia o pulsar de um cego coração.
Escandalizaram a banalidade do amor
Mostrando o verdadeiro sentido de amar
Rompendo preconceitos e desigualdades
Promovendo uma união.
Resolveram se casar
Constituir um lar,
Mais que um lar
Um ninho de amor.
Convidaram para padrinhos
Dois amigos de verdade.
E fizeram planos, projetos
Sonhando felicidade.
Perpétua e Infinita.
E se casaram e tiveram um casal
e duas menininhas,
muito fofinhas.
E viveram felizes para sempre
Até que um dia o pra sempre acaba
Em que tudo vira afinal,
monotonia.
Foi então que na fragilidade
Surgiu a ela, Tereza
um outro alguém.
Oferecendo-lhe riquezas
e tudo que lhe convém.
Ele, o rapaz
percebeu que com ela
não se completava mais.
Não eram juntos um único ser.
Era tanto um intruso
Num círculo de convivência.
Desse problema ela era a farsante
E abandonaria tudo por uma nova vida.
É aí que nem tudo nos surpreende
E não muda nada na realidade
Ninguém sabe ainda, mas ela, a Tereza
com certeza,
Dele muito sentiu saudades...
(Baseado no Poema Matemático de Millôr Fernandes)