(Pro) Fundo
Era do mar nem estrela nem coral
Algum veneno nos lábios, salto alto
De certo, não me causava mal
Mal nenhum, nem canção que fale de outra dor
Era do mar o que não se vê
Que se procura e se imagina
Dentro do próprio mar
De certo, não se acha
Não se sabe achar, se atira ao mar
Mar que não tem seu nome nem nome tem
Mais certo é nela se perder
Como todos se perdem
Voltar do seu esquisito não se deve
Se teme perder-se mais ainda
O que o mar abriga não perdoa
E de consolo imaginando proximidade
Remo hoje até mais tarde
De castigo posto por ela
Sem a ver, sem saber quem é
Na dúvida ou fé
Sigo de pé, sem respirar, pro fundo disso tudo
Sem ar deixou-me às últimas
Não sei se beija ou me afogas novamente