AMANTES DESCANSAM
AMANTES DESCANSAM
Depois da batalha travada
O descanso requer certa magia.
O suor que delata o esforço
Os braços que pendem para o lado.
As estrelas contemplam os adversários
Na arena do espetáculo,
Onde agora duas crianças brincam
De saciar com os olhos
O que há pouco foi motivo de disputa.
As mais variadas armas foram utilizadas:
Abraços que afetuosamente trouxeram
Agora numa dominação louca
Onde a força exercida
Basta para apenas acolher.
Olhares que seduziram,
Refletem agora a doce selvageria,
Quando palavras ternas
Fizeram-se ouvir,
O sussurro inaudível e desvairado
Completa a alucinação.
Guerreiros descansam.
Sonhos se perdem
Nas curvas agora silenciosa
Onde o toque identificado
Copia com perfeição
As marcas deixadas
Nos lençóis amarrotados
Pelo suor perfumado.
As estratégias para novo embate
São de comum acordo,
Quando os louros da vitória
Coroa os dois adversários.
Guerreiros descansam,
Mas não por muito tempo.
Quando o vigor refeito,
Criará uma simbiose,
Uma fome de direitos,
De se dar e receber.
Di Camargo, 23/04/2011