CALVÁRIO DE AMOR

Não te desesperes não!

Sei que estais a padecer

Dividindo o coração

Entre o ódio e o desejo

A cada vez que te tocam

As mãos de outro homem.

Mas este teu sofrer

Minha alma também partilha

Pois é minha a mesma sina

Quando penso nos beijos

De outro homem sobre os lábios

Da mulher que tanto amo.

E assim caminhamos juntos

Vagando pela mesma trilha

Curvados ao peso da nossa cruz

Em um calvário de ilusão,

O destino brincou com a gente

Escrevendo nas páginas

Da nossa miserável vida

O momento do nosso encontro

Sem preocupar-se de já estarem escrito

Os nossos nomes gravados

Nas alianças de dois casamentos.

Eis aí a razão de sofrermos

Quando em noites escuras

Digladiamos-nos em tempestades

Que jamais poderão ser ouvidas

Para além das paredes

Do nosso quarto.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 20/04/2011
Código do texto: T2919750