NÃO POSSO ODIAR QUEM AMO
Às vezes o passado
Ergue-se diante de mim
Como pálido espectro
De um triste fim.
As carícias, os beijos, as flores!
Nossos momentos de ternura,
Tudo está tão distante!
Até mesmo as minhas dores,
Aquelas que pareciam eternas!
São agora delírios de uma loucura.
Você ainda é a mesma!
O mesmo corpo que amei outrora,
Os mesmos lábios que beijei,
O mesmo sorriso de ironia,
A mesma! Você é a mesma!
Mas eu não!
Sou agora um abismo
Por onde resvalam palavras escritas
Em versos sem vida,
Sem palavras de amor!
Sem sorrisos!!
Sem nada além da dor!!!
Então a poesia se faz mal dita
Por não poder descrever
As soluçantes mágoas
Que me fez sofrer.
Mesmo assim
Não posso te odiar!