QUARTO ESCURO

Já se vão recolhendo

As últimas horas da noite

E no horizonte aparecem

Os reflexos das primeiras luzes,

Toda a terra desperta,

É mais um dia!

Mas eu...

Trancando a porta do quarto,

Fiz da madrugada minha prisioneira!

Tranquei também a lenta agonia

Dos meus braços crucificados

Nos abraços do teu corpo,

Minha cruz!

Às vezes chego a delirar!

Sonhando acordado

Me vejo falando contigo,

Mas meus ouvidos,

Temendo o adeus!

Recusam-se a te escutar.

A vida lá fora

Me chama pelo nome!

Tentando levantar

Meu corpo em arrepios

Cambaleia vacilante

Nos vapores da bebida

E novamente tomba

Sobre a cama desarrumada.

Só o que me resta

É esperar!

Enquanto o tempo passa

Meu olhar tateia

As paredes escuras do quarto

E foge pelas frestas da janela.

Ah! Esse maldito quarto! !

Ai! Essa maldita saudade!!!

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 16/04/2011
Código do texto: T2911983