VENDAVAL DE AMOR

Lá fora na escuridão

A terra dorme

Envolvida Por silencioso véu,

Mas aqui dentro desse quarto

Sobre a cama um poeta vela

Resguardando o sono

De sua adorada musa.

Lá fora

As luzes noturnas

Dos pirilampos em folguedos

De estrelas cadentes

Atravessam as frestas das janelas.

A brisa suave da madrugada

Cortando as matas

Vem lá do pé da serra

Trazendo o cheiro da chuva

E o barulho abafado

De um distante trovejar

Em ameaças de tempestades.

No leito, porém,

Como as ondas furiosas;

que após a borrasca

no alto mar

vem mansa-mente

na praia se acalmar,

ela adormece

exausta de amar

Sem saber das ameaças

Do vento que grita

A esmurrar nervoso

As grades da janela.

Se lá fora

O vento grita

Rugindo furiosas ameaças

De violentos vendavais

Sobre o nosso telhado,

Na incerteza do amor

Aqui dentro um poeta

Soluça trovões de angústia

Em meio a suspiros de dor.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 16/04/2011
Código do texto: T2911976