ONTEM, HOJE...
Eu não medi meu amor
com que me fui enlaçar;
por ti eu me apaixonei,
não hei de olvidar-te, sei,
e não vou tergiversar.
Talvez não valha dizer,
se não quiseres ouvir:
o meu amor tem paixão,
que tu, de meu coração,
nunca vais ter que sair.
Una, te amoitas em mim,
moras nos nervos e plasma
deste teu, e teu, somente
(ontem, hoje, eternamente),
inda quando eu já fantasma.
Caso um de nós desintegre,
se primeiro for, não sei,
em ti terás a minh’alma,
unida à tua, na calma,
mantendo do amor a lei.
Mas, se tu te fores antes,
também irei, e tu vives
em mim, tu a una peça,
não encarte que se meça
por relevos ou declives.
Fort., 15/04/2011.