O SEU AMOR DE UM LADO,...
E O MEU DE OUTRO...
Aqui tudo estava se dividindo entre
ser e não ser,
mas ela queria que eu fosse,
todo eu, apenas dela,
porque assim poderíamos sentir
as delícias do amor maior,
e não as da paixão apenas.
No entanto, já havia dentro de mim
um dissidente
coração que não se contentava apenas
com o amor lido e combalido
de um frio dicionário,
já que meu corpo bradava alto todos
os meus desejos.
Mas não...
uno eu não poderia mesmo ser
de forma alguma...
pois habitava em mim...essa surda
paixao, um tanto abissal,
que de ti queria o exaurir de teus
desejos fincados nos meus.
Você relutava...mas essa era mesmo
apenas a tua luta,
porque a minha eu poderia vencer
nos bastidores,
onde minha liberdade ainda não
tinha um dever comprometido.
Assim...nossos cálices...tiniam
apenas
efervescentes dissoluções..
e eu te olhava...te querendo...com
meu coração ardendo,
e de pouco valia ela acreditar ou não
neste meu amor burnet.
Não...você nao vai conseguir falar
de mim..ela asseverou...
porque você nem me conhece e nem
sabe quem eu sou.
E ela tinha mesmo razão...eu pensava
conhecê-la...mas apenas pensava,
porque conhecer
alguém... é na realidade enveredar
por aquelas sinuosas sendas...de um
mar interior...
nem sempre feito de placidez...mas
também de abrolhos.
Então eu sabia que não se poderia
fazer mais nada,
pois o que se tinha feito...apesar
de lindo...era um passado que agora
mergulhava em mim...solapante.
E eu deveria então me encher de
suas lembranças,
e partir como um cavalo alado
em busca de um
horizonte onde minha ansiedade
provocasse novos
cavalgares.
E acabava então reconhecendo do
fundo de teus olhos
que uma indiferença crescera...
provocando
um tsunami divisor das águas
ligeiras...de nosso amor...
naufragante.
Agora...este cavalo alado...já sabe
de seu destino...
porque novas estrelas brilhantes
mostram o caminho
de outras ilusões todas enfeitadas
da mais pura paixão.
E da cavalgada estelar...ficam
marcados nos instantes
um rastro de intensa luz.
Hum...num outro lépido corcel...
a diva reluz...
cavalgando em outra direção,
aquela do puro amor...
onde apenas a paixão não pôde ser
a consagração
da união de um homem e uma mulher.
E então... o cavalo alado...voa célere
para o mundo
de suas estrelas...que brilham em
seu caminho.
Luzes de uma ribalta...
num entreato...e depois ato final.
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Autor: Cássio Seagull
Poesia que fiz em 09-04-11 às 24 h em SP
Lua nova - chuvas e granizo - 20 graus
Beijos e abraços para você ...Bom domingo.
cseagull2@hotmail.com
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