TRÊS PINGOS DE CHUVA
Um pingo...
Sem parar
A chuva vai caindo
Para escorrer na enxurrada
Lavando a sujeira
Dos homens na terra.
Um pingo, dois pingos...
Dos teus olhos
Caindo vão as lágrimas
Para varrerem da tua alma
As mágoas que o peito encerra.
Um pingo, dois pingos, três pingos...
As lágrimas que caem
Escorrendo por tua face
Vão desaguar nos teus seios
Para ligeiras prosseguirem
Rumo aos mares profundos
Do meu ardente desejo.
Um a um todos os pingos
Em nuvens se ajuntam
E gota a gota vai crescendo
Entre raios e trovões
A força da tempestade.
Um a um os suspiros
Vão saindo de tua boca
Em gemidos de prazer,
Gota a gota vai aumentando
O medo de te perder
Depois que a noite acabar
E você for embora.