MÁGOA DE POETA
Ò tu que zombas
Desse poeta entristecido
Cujos fios embranquecidos
Dos cabelos em sua cabeça
Atestam o fim das esperanças.
Um dia, no passado
Que tão longe vai!
Ele também andou
No mesmo caminho
Em Que andas agora.
E se a vida te sorri
Nas tuas primeiras
Primaveras de encantos,
Com as vozes trigueiras
Dos jovens amigos
Unidos em cantos
De grande alegria!
Tenhas cuidado!...
Pois as mãos suaves
Que hoje te afagam
Em ternos carinhos,
Amanhã em teu peito
Cravarão bem profundo
Um longo espinho!
E no final estarás
Como ele envelhecido
Sem que tenhas, no entanto,
Ao menos a sorte bendita
De, ainda que triste!
Teres sonhado essa vida
Nos versos de um poeta