MÁGOA DE POETA

Ò tu que zombas

Desse poeta entristecido

Cujos fios embranquecidos

Dos cabelos em sua cabeça

Atestam o fim das esperanças.

Um dia, no passado

Que tão longe vai!

Ele também andou

No mesmo caminho

Em Que andas agora.

E se a vida te sorri

Nas tuas primeiras

Primaveras de encantos,

Com as vozes trigueiras

Dos jovens amigos

Unidos em cantos

De grande alegria!

Tenhas cuidado!...

Pois as mãos suaves

Que hoje te afagam

Em ternos carinhos,

Amanhã em teu peito

Cravarão bem profundo

Um longo espinho!

E no final estarás

Como ele envelhecido

Sem que tenhas, no entanto,

Ao menos a sorte bendita

De, ainda que triste!

Teres sonhado essa vida

Nos versos de um poeta

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 29/03/2011
Código do texto: T2876798