PELA JANELA DO MEU QUARTO
Olho as paredes e me detenho na janela.
Ela me chama... Quer-me com ela.
Aproximo-me,
Pela janela de meu quarto vislumbro
Além da minha, a solidão das multidões.
Vejo como que tuas linhas delineadas
Nas dobraduras das cortinas,
E isso me incomoda.
Como podes não estar aqui?
Madrugadas inseguras,
Errantes passos no nada.
Ao meu lado na cama, o espaço
Sem vida ao lado, a tua falta.
Deixa-me estranho vazio,
Escondido no desalinho das cobertas,
De tristeza estremeço
E assim não me aqueço.
O sol nasce
Em manhã que morosa se levanta.
Vem invadindo pelas frestas
Por onde irrompem saudades.
Tua imagem voa
Nesse ar que é só suspiro.
As noites são de espera...
Noites enevoadas...
Vitoria Moura 26/03/2011
Ma Vie