De algo que só vejo de olhos fechados
Madrugada. O sono me ganha. Meus olhos teimam em permanecer abertos, o medo me domina quando sons rasgam a noite... as asas do pássaro em pleno voo, o cachorro que late para a folha que cai, a lua cheia olho no céu pisca piscando... folhas caindo, vento brando... fecho a porta.
Meus olhos ardem e tombo, já não é possível manter a consciência. Então Morfeu me leva... a força do sono me habita agora. Não quero sonhar, no entanto... enquanto meus olhos bruxuleiam você me vem sorrindo e vou percebendo teus traços por detrás da bruma... o seu sorriso de sol vem iluminando tudo, teus braços abertos ao meu encontro, tua voz tão doce me dizendo amada estou aqui meu amor, o teu peito que é o meu lar que sempre foi a minha casa o meu abrigo o meu refúgio... então me levas e em nossos idílios voltamos muitas vezes àquela cama de pétalas... brinco e sorrio novamente e embaixo das árvores sob o céu o nosso amor nos une outra vez...
Então acordo sobressaltada ainda sentindo o cheiro suave dos teus cabelos o toque doce da tua mão na minha... para onde foste meu amor meus olhos cegos de chorar te buscam ... estava aqui se foi... se foi para sempre... e assim a cada amanhecer tu te vais e mesmo que eu queira voltar a dormir só pra te ver, só pra te ver, meu amor... penso então em nunca mais acordar... pra nunca nunca mais ter que te perder assim...