De algo que só vejo de olhos fechados

Madrugada. O sono me ganha. Meus olhos teimam em permanecer abertos, o medo me domina quando sons rasgam a noite... as asas do pássaro em pleno voo, o cachorro que late para a folha que cai, a lua cheia olho no céu pisca piscando... folhas caindo, vento brando... fecho a porta.

Meus olhos ardem e tombo, já não é possível manter a consciência. Então Morfeu me leva... a força do sono me habita agora. Não quero sonhar, no entanto... enquanto meus olhos bruxuleiam você me vem sorrindo e vou percebendo teus traços por detrás da bruma... o seu sorriso de sol vem iluminando tudo, teus braços abertos ao meu encontro, tua voz tão doce me dizendo amada estou aqui meu amor, o teu peito que é o meu lar que sempre foi a minha casa o meu abrigo o meu refúgio... então me levas e em nossos idílios voltamos muitas vezes àquela cama de pétalas... brinco e sorrio novamente e embaixo das árvores sob o céu o nosso amor nos une outra vez...

Então acordo sobressaltada ainda sentindo o cheiro suave dos teus cabelos o toque doce da tua mão na minha... para onde foste meu amor meus olhos cegos de chorar te buscam ... estava aqui se foi... se foi para sempre... e assim a cada amanhecer tu te vais e mesmo que eu queira voltar a dormir só pra te ver, só pra te ver, meu amor... penso então em nunca mais acordar... pra nunca nunca mais ter que te perder assim...

Cacau Segobia
Enviado por Cacau Segobia em 22/03/2011
Reeditado em 22/03/2011
Código do texto: T2863819
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