"...É ela menina que vem e que passa..."
Seu olhar é daqueles que paralisam o alvo e o fazem perder o norte, e, mesmo sendo desgraçado, é achado agraciado por ter tamanha sorte de ser avistado pelos olhos dela. Anda como quem desfila, espalhando o cheiro de perfumosas rosas, retiradas, agora mesmo, do roseiral plantado logo ali. O vento movimenta seus cabelos, produzindo um efeito de onda inebriante que ao desavisado pega de surpresa, o deixando ali, extasiado, embriagado de tamanha sensualidade.
Ela sabe que a rua e a calçada param para reverenciar cada passo seu; que o seu passar torna o trânsito ainda mais lento, pois, seja qual for a direção dos carros, os olhares se encaminham à apenas uma direção. O mundo apressado é projetado em câmera lenta, apenas para retardar a sua despedida, a sua virada, a sua sumida na esquina ali da frente.