ALFINETADAS

Alfinetadas

Tu vives a me espetar

Naquela forma tão tua

Nas palavras, perpetuas

Teu modo de ser assim

Sem saber como dizer

Simplesmente falas inclemente

Nesta tua realidade tão crua...

Sem sentires como isso doi

Corroi a alma e destroi

Aqueles enlevos sentidos

Passando a machucar

Esta tua forma de falar...

Formam calos de tristezas

Criam feridas de angústias

Malfazejas tuas entonações

Que fluem aos borbotões

Apunhalam minhas emoções...

Alfinetadas criadas para doer

Para sentires em teus desabafos

Sangras as vidas e fracassas

Neste modo de expor teu dissabor

Vais picando, vais trazendo dor...

Nos rompantes me intimidas

Fico até querendo fugir

Das dores e do sentir

As picadas tão malvadas

Das tuas alfinetadas...

Tu nem podes imaginar

As mágoas que vêm criar

Furam teus alfinetes no rancor

E as dores, que aparecem, tiram

As melodias das cores do meu amor...

Vem, com mel me adoçar

Vem, querendo me buscar

Mas muda este modo de falar

Faze de novo eu me apaixonar

Quero muito voltar a te amar...

Nas minhas carícias vou mostrar

Quero te encontrar, vou até te perdoar

Mas cuidado como vais me receber

Cuida de não me fazer mais sofrer

Muda teu modo de me querer...

Com vinagre não se apanham moscas

É só no mel que se seduzem

As emoções que traduzem

Um imenso bem querer

Para com amor se viver...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 04/11/2006
Código do texto: T282016