ALFINETADAS
Alfinetadas
Tu vives a me espetar
Naquela forma tão tua
Nas palavras, perpetuas
Teu modo de ser assim
Sem saber como dizer
Simplesmente falas inclemente
Nesta tua realidade tão crua...
Sem sentires como isso doi
Corroi a alma e destroi
Aqueles enlevos sentidos
Passando a machucar
Esta tua forma de falar...
Formam calos de tristezas
Criam feridas de angústias
Malfazejas tuas entonações
Que fluem aos borbotões
Apunhalam minhas emoções...
Alfinetadas criadas para doer
Para sentires em teus desabafos
Sangras as vidas e fracassas
Neste modo de expor teu dissabor
Vais picando, vais trazendo dor...
Nos rompantes me intimidas
Fico até querendo fugir
Das dores e do sentir
As picadas tão malvadas
Das tuas alfinetadas...
Tu nem podes imaginar
As mágoas que vêm criar
Furam teus alfinetes no rancor
E as dores, que aparecem, tiram
As melodias das cores do meu amor...
Vem, com mel me adoçar
Vem, querendo me buscar
Mas muda este modo de falar
Faze de novo eu me apaixonar
Quero muito voltar a te amar...
Nas minhas carícias vou mostrar
Quero te encontrar, vou até te perdoar
Mas cuidado como vais me receber
Cuida de não me fazer mais sofrer
Muda teu modo de me querer...
Com vinagre não se apanham moscas
É só no mel que se seduzem
As emoções que traduzem
Um imenso bem querer
Para com amor se viver...
Myriam Peres