DIALÉTICA DO PENSAMENTO

Não sei traduzir meus pensamentos sobre ti

por que quando os penso eles já existem

de modo a ser impossível imprimir-lhes

em uma exígua lauda ou poesia.

Certamente podes me tomar por louco

e que todo meu ser infla não de pensamento

(nada mais que alvos sentimentos)

mas por pura vaidade, eu não te culpo

Se sua mente clara não permite desenganos

bem sei tudo quanto conjecturas

no silêncio da sua voz escondida,

porém o que não sabes, por que te oculto

Como o pote de ouro ao final do arco-íris

é que não é de futuro e nem passado

que pensei os pensamentos em ti existidos

e se pudesse, preferiria mil vezes

Lançar as indizíveis cartas ao fogo

se estas cometerem uma única ação sequer

que lhe tirem essa sua ingênua maneira

de ser com todos indistintamente e inteiramente

Por isso quando penso em ti, isto é fato,

o faço para manter-me sempre a um passo

de tudo quanto for do teu agrado

pois se existem formas de te ver sorrindo

Em mil existências hei de trazê-las ao teus pés

para sem jeito me dizeres que não entendes

e eu contente te repita que não ligo

conquanto simplesmente os concita...

(Do Livro "Para Ninguém")

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 23/02/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T2810485
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