Demorou.
Para que as boas novas acontecessem,
sairmos dos tempos ruins, entender;
aos poucos renascer na claridade,
para um novo mundo e novamente brilhar.
Demorou!
para enxergarmos nossas incompatibilidades,
que éramos flores e espinhos,
nossos gênios não se encaixavam.
Demorou!
para sairmos dum pesadelo
ver que tudo está como antes:
ainda nascem flores, as aves cantam,
um céu de esperanças, estrelas que ainda brilham,
luar para sonharmos, namorar.
Ainda se compõe lindas canções, existem crianças,
tudo está como foi deixado por nós,
no dia que ficamos cegos e perdemos nossas sensibilidades.
E agora que o eclipse acabou, vimos o tamanho do erro,
do absurdo que cometemos o terrível pesadelo,
que por um bom tempo vivemos.
Cláudio D. Borges.