PALAVRAS AMPUTADAS
O silencio das palavras amputadas
Que nunca saíram da minha boca
Ainda estão presas na garganta
Porta de entrada, onde mora
O mais solitário dos seres,
O meu coração
Ah meus olhos velados de azul
Querem falar mas não podem
Porque o espelho se quebrou
As horas se adiantaram e o escuro já se fez
Assim caminho para o futuro sem você,
No limite do tempo
Como uma interjeição impronunciada, morta
Na câmara fria da boca
De onde só sairia
Pela força de tuas mãos
Se um dia procurares
Há de achar nos escombros
Uma fita perdida num baú
Talvez minha última relíquia
Onde podem ser lidas as palavras
“Ainda te amo”