PALAVRAS AMPUTADAS

O silencio das palavras amputadas

Que nunca saíram da minha boca

Ainda estão presas na garganta

Porta de entrada, onde mora

O mais solitário dos seres,

O meu coração

Ah meus olhos velados de azul

Querem falar mas não podem

Porque o espelho se quebrou

As horas se adiantaram e o escuro já se fez

Assim caminho para o futuro sem você,

No limite do tempo

Como uma interjeição impronunciada, morta

Na câmara fria da boca

De onde só sairia

Pela força de tuas mãos

Se um dia procurares

Há de achar nos escombros

Uma fita perdida num baú

Talvez minha última relíquia

Onde podem ser lidas as palavras

“Ainda te amo”

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 19/02/2011
Reeditado em 09/08/2014
Código do texto: T2801494
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