Saudade

das frestas da janela

pensei ter visto você

a construir fogueirinhas

queimando até o alvorecer

do meu silêncio então

surgiram essas mal traçadas linhas

em sonhos que se repetem

você me sorri longínquo

peregrinando a tua alma

e logo torna teu rosto

a outras partes, o abismo

e eu te busco na bruma

e junto a uma longa espuma

me afogo de tanto chorar

meu coração não tem paz

ao menos dize se estais

também a me procurar

e logo torno ligeiro

da dor a transformação

nada na vida é em vão

nem muito menos passageiro

sinto um tremor medonho

se vejo teu rosto onde

não te busquei

sem querer

de novo me desfaço em prantos

e em lágrimas doídas

com a alma compungida

meu Deus que droga de vida

como dói amar você

Cacau Segobia
Enviado por Cacau Segobia em 18/02/2011
Código do texto: T2799519
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.