NA TUA JANELA
Não sei por que estou aqui
de repente me vi no meio da chuva
transladando o caminho pedregoso
que leva até a tua casa, vejo-a de perfil
sobre a janela enquanto lágrimas de céu
colorem com arco-íris teu sorriso luminoso.
Não pude bater na tua porta para tornar
minha presença em tua noite formal
porém algo me diz que és onisciente
e por mais que eu não diga e não me mostre
tu vês meu rosto entre as sombras
como vejo o teu entre a luz,
e és o paraíso! Todas palavras que poderia dizer
perdem seu pleno juízo na tua beleza delicada
como perde-se meus olhos em cada parte dos teus lábios
revelados entre o vidro embaçado e a corrente de água,
agora já está tarde e já escuto o ladrar afoito
dos cães em minha perseguição, preciso continuar
a fugir feito um louco mundo a fora
entre trilhas das quais não podes me acompanhar
razão essa de seres também onipresente
pois eu vislumbro em sonho e delírio
teu corpo dançado numa explosão de estrelas,
neste momento estás mais comigo
embora fisicamente sozinho, com o amor que sinto afirmo:
por existir, tu já me basta e excedes!