NA TUA JANELA

Não sei por que estou aqui

de repente me vi no meio da chuva

transladando o caminho pedregoso

que leva até a tua casa, vejo-a de perfil

sobre a janela enquanto lágrimas de céu

colorem com arco-íris teu sorriso luminoso.

Não pude bater na tua porta para tornar

minha presença em tua noite formal

porém algo me diz que és onisciente

e por mais que eu não diga e não me mostre

tu vês meu rosto entre as sombras

como vejo o teu entre a luz,

e és o paraíso! Todas palavras que poderia dizer

perdem seu pleno juízo na tua beleza delicada

como perde-se meus olhos em cada parte dos teus lábios

revelados entre o vidro embaçado e a corrente de água,

agora já está tarde e já escuto o ladrar afoito

dos cães em minha perseguição, preciso continuar

a fugir feito um louco mundo a fora

entre trilhas das quais não podes me acompanhar

razão essa de seres também onipresente

pois eu vislumbro em sonho e delírio

teu corpo dançado numa explosão de estrelas,

neste momento estás mais comigo

embora fisicamente sozinho, com o amor que sinto afirmo:

por existir, tu já me basta e excedes!

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 17/02/2011
Reeditado em 25/02/2013
Código do texto: T2798631
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