O MEU OCEANO
Foi tão fácil, tão perceptível que até parecia
como brincadeiras de crianças, como um
passatempo sem maiores consequências,
e no final, você e ninguém observou a
espiral de fumaça de um vulcão que de mim sobressaía.
Fui um títere sem posições adequadas, um cambaleante
em busca constante de um afeto, até me ver
enclaustrado entre paredes de concreto, esta foi
a imposição correta para quem quis amar.
Na vida e para os outros não passei de
um indivíduo esdrúxulo, demonstrando não ter
vontade própria mas, um combatente ainda que
pelejando contra os inimigos do vazio e do silêncio...
Foi tão fácil que um abstraído da vida assim
expôs: Náufrago perdido nas vagas e sem farol
no mar de todas as carências...
E o tempo passou, e o mar em sua eterna agitação
com suas bravas ondas, não permitiu ter a posse e
o gozo de uma onda luzente, sem estrelas turvas
no oceano do meu mundo...