Amor, cego amor
Teu olho já não me vê
Meu perfume não sente
Teu tarô não me prevê
Acaso da vida lhe mente
O olho cego, veja você!
Não cobre o que lhe tente
Dobre o que está à mercê
E desta sina se alimente
Ali sente em risos loucos
Colecione os louros poucos
Grite a tua cegueira mortal
Escuto ainda o amor carnal
Com gemidos mais videntes
Com a liberdade dos dementes.