Como uma Canção

Ainda a lhe esperar...

E dia após dia eu continuo a lhe esperar

Sem esperanças ou preocupações

Apenas vendo os dias passarem

Nada tão belo e tão odioso

O complicado por mim ausente

Apenas atento... pronto para ouvir seus passos

Aqueles que eu ansiosamente aguardei

Sinto que existe, ou apenas me convenci de que sim

Vontade não me falta, só queria ter alguém

Ainda a lhe esperar...

Eu me estendi; deitado e adormecido

Onde quer que estiver... ainda a lhe esperar

Mesmo que só exista em meus pensamentos

Saboreei o segundo perdido, olhei firme;

Pensei ter sido você, aquela que eu tanto sonhei

Aquela que eu tanto rezei, aquela que...

Se quer, saberei se um dia virá

Cabisbaixo mas não derrotado, largado mas não perdido

Suado, sofrido, despreocupado, mas atormentado

São seus passos que eu ouço, ou são somente as folhas que caem?

Sabes de mim? Ainda me queres? Já ouviu falar de amor assim?

Tomo meu rumo, finjo que sim

Saio para lugar nenhum... onde está você?

Queria ver-lhe, sentir-lhe ou, ao menos,

Saber o que e quem é você.

Sinto um aperto aumentando, me sufocando

Será minha ânsia de você?

Como posso suportar não saber se um dia terei você?

Saber se verei você? Saber que lhe pertencerei...

Saber seu gosto, seu cheiro

Saber de você... saber de você...

Quem é você?

Onde estás?

Não me tema, não se esconda,

Você é a única que pode me mudar

A única que pode me resgatar

Trazer-me de volta a vida e ao gosto de viver

Aquela que cuidará de meu coração

E, sempre que precisar, aquela que terá o meu por perto

Onde está você que não vem?

Ainda a lhe esperar, ainda a tentar...

Suportaria a carne à provação do tempo?

Da dor, da penúria e da luxúria?

A dúvida e não mais a esperança

É quem me faz lhe aguardar, lhe esperar

Trará consigo a emoção, a alegria e a liberdade?

Trará consigo o meu direito de amar?

E, se trouxer... poderei em ti confiar?

Marque-me a ferro, sangre minha carne

Leve minha alma, sugue minha vitalidade

Devore-me o corpo e transpasse o meu coração

Mas...

Mas...

Mas... pelo amor que tem a Deus: venha

Disposto a sofrer ou a viver

Quero ter você, agora, mesmo que não exista

Hei de criá-la, imaginá-la

Disfarçarei tua vida em um outro alguém

Até que venhas para mim

Sofro por tua falta

Sofro por não ter por quem sofrer

Acalente minha alma

Supra minha necessidade irreal de ti

Exista, por favor

Esteja aí, em algum lugar, a me esperar

E, se por mim já passou, mostre em meu ser

A marca que deixou e diga:

“Aqui está a prova de que és meu”

Rondo a noite sozinho

Rondo os dias, vazio

Obliterado de emoção

Qual dos lábios lhe pertence?

Em qual dos seios bate o teu coração?

Carregarás um dia um filho meu?

Toma de minhas mãos

O direito que lhe darei:

Mostrar o que é bom ou não

Entrego-me a ti, escolhas para mim,

Faça o que bem quiseres de meu coração

Sonhe os meus sonhos

Quero respirar o teu ar

Veja com meus olhos

Quero sentir os teus anseios

Sou tua pele desnuda

Sinta-me dentro de teu interior

Ainda a lhe esperar

Ainda querendo lhe amar

Entenda o quanto preciso de você

Entenda o quanto preciso

Entenda...

Saiba, veja, tenha certeza

Quero poder amar

Quero que seja você

Quero ter aquilo que um dia pensei que poderia ter...

Ter você...

Se está aí, e sabe que isso tudo é para você

Não pense, não hesite, não duvide

Estou aqui para recebê-la

Para ser somente seu

Para deitar contigo no teu eterno sonho,

Para viver você

Para ser e ter

Veja... acredite... é possível

Se quero

Queira também

Sinta também

Por que, o que aqueles chamam de amor

Eu chamo de obsessão

Quero lhe ensinar a amar

E quero que me ensine a não parar de gostar

Mesmo assim, ainda a lhe esperar

Como em uma canção

Uma linda melodia

Que arrepia, que melhora seu dia

Como numa bela sinfonia,

Repleta de harmonia e luz

Caminharei por todos os dias

Olhando de lá para cá

Eternamente esperando

Um dia

Lhe encontrar

Para saborear

Um mínimo

De um momento seu...

Aqui... vivendo... apenas... a lhe esperar...

Pedro HD Delavia
Enviado por Pedro HD Delavia em 30/01/2011
Código do texto: T2760555
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