O homem da casa 2
 
Naus da poesia
 
 
Construo essas naus
Com metros e metros de imbuia
Levanto toras, ergo paus
Transpiro litros de azedume,
Atravesso cálculos, reinvento a regra
Fico irritada, mas não perco o costume!
 
Herdei do marceneiro, que há em casa
O herói do meu berço, quem cura meu medo.
A força?
Herdei do pioneiro, que há aqui em casa
Que sabe, eu não entendo de nada
Mas sou capaz de segurar nas tábuas
Que me dão asas...
 
Construo essas naus
Com sobras de maçaranduba
Lá da oficina,
E quando fecho os olhos
Vejo meu pai, desbravando mares
De uma forma, que ele nem imagina...
Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 25/01/2011
Reeditado em 11/04/2011
Código do texto: T2750419
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