A vítima.
Lá vai, apressa os passos,
olhos vazios quer dizer, falta de amor,
a mente parece atormentada, nada vendo;
nem a chuva que molha seu rosto ela não sente;
misturas de lagrimas
não a faz parar.
passos pesados, rastos de dor,
semblante transfigurado.
Por que foge, por que chora,
os pensamentos estão longe,
o que será?
o que pode dizer um semblante
tão vazio? Talvez a esperança já morreu,
algo terrível aconteceu!
sobe calçada, desce calçada,
atravessa ruas sem ninguém notar.
Hei alguém pode parar essa mulher,
segure-a façam a parar,
olhem por favor!
grande metrópole tão cheia,
e ao mesmo tempo tão vazia,
por um instante parem, olhe
o sofrimento daquele olhar.
Por que alguém chora? posso deduzir,
a falta de uma fala, um abraço, amor,
podia tudo mudar.
mas no meio da multidão,
o transito sem educação, sem compaixão;
vejo o acidente acontecer
sem tempo de te deter,
assisto você morrer.
Então acontece o inusitado, todo mundo para,
querem saber, olham de perto;
perguntam uns aos outros, como aconteceu,
quem teve a culpa, quem foi a vitima...
Nesse momento se tem a impressão,
que todos tem todo o tempo do mundo.
E até agora perguntas sem respostas;
só lamentos...
Até que todos vão embora...
Cláudio D. Borges.