A vítima.

Lá vai, apressa os passos,

olhos vazios quer dizer, falta de amor,

a mente parece atormentada, nada vendo;

nem a chuva que molha seu rosto ela não sente;

misturas de lagrimas

não a faz parar.

passos pesados, rastos de dor,

semblante transfigurado.

Por que foge, por que chora,

os pensamentos estão longe,

o que será?

o que pode dizer um semblante

tão vazio? Talvez a esperança já morreu,

algo terrível aconteceu!

sobe calçada, desce calçada,

atravessa ruas sem ninguém notar.

Hei alguém pode parar essa mulher,

segure-a façam a parar,

olhem por favor!

grande metrópole tão cheia,

e ao mesmo tempo tão vazia,

por um instante parem, olhe

o sofrimento daquele olhar.

Por que alguém chora? posso deduzir,

a falta de uma fala, um abraço, amor,

podia tudo mudar.

mas no meio da multidão,

o transito sem educação, sem compaixão;

vejo o acidente acontecer

sem tempo de te deter,

assisto você morrer.

Então acontece o inusitado, todo mundo para,

querem saber, olham de perto;

perguntam uns aos outros, como aconteceu,

quem teve a culpa, quem foi a vitima...

Nesse momento se tem a impressão,

que todos tem todo o tempo do mundo.

E até agora perguntas sem respostas;

só lamentos...

Até que todos vão embora...

Cláudio D. Borges.

poeta cláudio
Enviado por poeta cláudio em 18/01/2011
Código do texto: T2737758
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