TIRANIA
Vivo da poesia
Que existe em ti.
Alimento-me
Das palavras versadas
Nas rimas do amor
Que me inspiras.
Escuto o perfume
Deste amor
Sapatear pelas narinas
Do meu desejo.
E na fauna
Da imaginação inalo
O pólen do teu sorriso
Colhido na tua boca
Com um beijo.
Vivo a escrever-te
Para te ler poeticamente.
E nas letras avulsas,
Ou nas palavras
Confusas, solitárias,
Eu te desenho
Graficamente,
Para amar-te em rimas
E versos tristes,
Mas profundamente doces.
E na tirania
Da minha inspiração
Vejo meus olhos
Tatearem na imensidão
Do verso perdido
Para se concretizarem
Na clareza do meu sentir
E se derramarem
Nas rimas do amor
Que eu nunca vivi...