Cachos de orvalho

Não me relegues ao duro abandono, jamais!

que esta fagulha ensolarada é grande demais

para a imensa ânsia louca que a tua se somou,

e felicidade me fez quando o amor comungou!

Todo meu ser perfumou e à essência imantou,

a ponto de sermos a sombra única de dois sóis

mágicos,distantes, fincados por eternos anzóis,

que por nada s’apagaram outrora, nem depois!

Oh amor imortal bendito, que males transfigura

e faz odorantes mirras cairem do céu à memória

e meigos corações perdidos entre raízes, separa

para dar-lhes sóis multiplicados por melodia!

Perder não quero teus beijos,cachos de orvalho,

reluzentes as como pedras na água energizada,

ocre melado de terra, debulhando-me tal milho,

e dourando cada pedaço d’ infinda caminhada!

25/10/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 25/10/2006
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