Olhos escuros
A esses olhos escuros, frestas da alma,
Dedico este corpo raso, que do espírito se afunda
E da piscina etérea mergulha no mundo, chão de quem ama,
Pra sonhar o real e desdormir o sono!
Tua mão interpela o espaço e ele lhe responde,
É como se a vontade de tudo fosse a tua ânsia
E teu gesto gerasse o nascer da força,
A identidade do novo, a fluência das coisas.
Quem move meus pés, senão os passos do destino,
Que acumula o meu futuro,
Que planeja o meu acaso
E anda o meu caminho enquanto passeio em teus atalhos!