Nosso primeiro encontro

O primeiro encontro ideal.

Eis a questão que assola a mente e a vida dos adolescentes.

Como fazer aquela pessoa especial viver um momento inesquecível ao nosso lado?

Como permitir que nossa memória guarde eternamente aquele momento?

Simples: algo inusitado. E inusitado, não quer dizer difícil.

Talvez um dia combinado as pressas no telefone.

Um dia incomum na vida dos dois.

Uma ida ao shopping.

Um dia tumultuado no trabalho.

Ambos atrasados.

Um encontro na porta do banheiro e um telefonema:

Acho que te vi entrar no banheiro.

É realmente viu, mas o que dizer?

Era um momento diferente, incomum.

Pessoas que realmente não conseguiam imaginar

Como era a outra. Um primeiro encontro mais que ideal.

Que tal irmos?

Aonde te levaria? Uma volta na represa.

Mas, de repente,

Em um momento inesperado,

Único e sem explicação,

Como um momento para as estrelas que dançam

E que se tornam azuis, a chuva começou a cair.

Era romântico,

Mas você disse que não gostava muito de romantismo.

Corremos. Duas tolas crianças perdidas no meio do tempo.

No meio do nada.

Corremos e achamos uma guarita.

O lugar, que desde hoje, tornou-se o mais romântico lugar do mundo.

Talvez pela minha vã experiência,

Talvez pela beleza do ato.

Um menino tímido.

Um garoto perdido.

Ambos sem um rumo certo.

Uma direção e uma escolha mais acertada a serem tomadas.

Restava apenas ficar ali. Esperar a chuva passar.

Começamos então as trocas, mais vinda mim, de carícias.

Até que sua mão se rendeu a minha mão grande.

Sua pequena e macia mão.

A mão de uma jovem criança,

Que precisa ser guiada por novos rumos.

Falei-te demais sobre mim.

Disse-te tanto,

Que no meio do encanto,

Não sei realmente o quanto disse. Sei apenas que o suficiente.

E você olhou para mim.

Falou-me pouco de você. Mas o que disse já me bastou.

Bastou para que eu queira desvendar você mais.

Que possa, desculpando a ambigüidade sexual,

Aprofundar-me em ti.

Pedi um beijo,

Que me foi negado.

Pedi um abraço,

Que veio como uma incerteza.

Mas que amenizou o frio que não nos acalentava.

Foi como olhar os seus olhos numa manhã de Sol

E sentir a minha queimando pelo calor do Sol.

Mas mesmo assim ainda fazia frio,

Afinal, não é o abraço de alguém que pode nos salvar do frio,

Não é?

Foi realmente difícil resistir a nós dois.

Resistir em não agarrar você e beijá-lo

Mas foi melhor assim, foi melhor.

Seria apenas mais um lindo beijo,

Não um lindo momento.

Foi bom poder tocar você, abraçá-lo,

Sentir teu cheiro,

Beijar teu terno pescoço.

Queria que fosse um pôr-do-sol,

Mas você, menino rebelde,

Quis que fosse um dia assim.

Com certeza planejou tudo...

A chuva, o frio.

Fizeste um pacto com Deus?

Rimos um pouco,

Depois de saber que havia um guarda-chuva na bolsa.

Agora, tenho certeza que foi planejado.

Foi um dia,

Ou melhor, uma tarde,

Quiçá, um momento maravilhoso.

Mas foi maravilhoso.

Foi como ver o mar.

Saber que mesmo depois da sua imensidão,

Ele não acaba.

Como queria poder o tempo parar.

Mas o jovem poeta estava certo:

“o tempo não para”

Não é que eu queria reviver velhos momentos,

Mas quero que este dure muito.

E você tinha de ir.

Fomos abraçados...

Mas de novo você se esquivou de mim.

Não! Eu não estou me esquivando.

Só é demais para mim.

Certo, não o vou pressionar.

Só me prometa,

Não pode.

Eu prometo,

Não deve.

Então, eu apenas te ligo.

Só para dizer “boa noite”.

...

Boa Noite.

"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"

Le Vay
Enviado por Le Vay em 07/01/2011
Reeditado em 02/02/2011
Código do texto: T2715046
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