INSENSATEZ
E agora, o que vou fazer
sem o teu olhar,
não aprendi ver com meus olhos,
se não com os teus.
Para onde irei,
se os caminhos onde sempre
trilhei, foram direcionados
e acompanhados pelos teus passos.
Como continuar sentindo
a claridade da vida,
se a tua luz já
não está comigo.
Como desejar e admirar
o belo,
se agora estou sozinho.
Adormecer pra que, se sei
que em meus sonhos
não encontrarei quem amei.
Pra que colher as flores que ainda restam,
se elas serão colocadas em um recipiente oxidado pelo tempo, e depois enfeitar
as desbotadas e estranhas paredes,
testemunhas das muitas primaveras
que vivemos juntos...
Não há razão para
alimentar a esperança,
e nem devanear, afinal,
porquê fantasiar
aquilo que já não se tem mais.
Mas...como sou insensato...