O segredo do vinho

A meia luz e ao som do clarinete de Tito Martino,

O Jazz toca ao fundo dando o tom do início da noite,

No vestido bem recortado e o corpo dourado, ela chega extasiante,

A acompanhar das taças que esperam ansiosas o apuro.

A garrafa da melhor safra em mãos,

Décadas empós, “Clock”, ligeiramente a rolha se desprende do gargalo,

Trazendo contigo, o bálsamo do ar límpido,

Acordando a fragrância do perfume fulgente.

Maliciosos, olhos combóiam os seus, na expectativa de atear a boca,

Ressalvar os lábios, a tocarem graciosamente o cristal,

Enquanto, brandem em movimentos cíclicos o líquido vistoso e escuro

Retorcê-lo ao apurado e vultoso do vinho tinto.

Agora só o contrabaixo marca o ritmo da dança,

Adorno, escolto os belos e fartos seios,

Que escorre pela silueta do seu corpo lentamente,

Em desenhos impudicos.

Num momento único,

Beijos trocados, molhados, braços entrelaçados, ao sabor do vinho

O sopro do saxofone acompanha o compasso da cena,

Um brinde ao amor.

Fabiano Sousa
Enviado por Fabiano Sousa em 16/12/2010
Código do texto: T2674295
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