O segredo do vinho
A meia luz e ao som do clarinete de Tito Martino,
O Jazz toca ao fundo dando o tom do início da noite,
No vestido bem recortado e o corpo dourado, ela chega extasiante,
A acompanhar das taças que esperam ansiosas o apuro.
A garrafa da melhor safra em mãos,
Décadas empós, “Clock”, ligeiramente a rolha se desprende do gargalo,
Trazendo contigo, o bálsamo do ar límpido,
Acordando a fragrância do perfume fulgente.
Maliciosos, olhos combóiam os seus, na expectativa de atear a boca,
Ressalvar os lábios, a tocarem graciosamente o cristal,
Enquanto, brandem em movimentos cíclicos o líquido vistoso e escuro
Retorcê-lo ao apurado e vultoso do vinho tinto.
Agora só o contrabaixo marca o ritmo da dança,
Adorno, escolto os belos e fartos seios,
Que escorre pela silueta do seu corpo lentamente,
Em desenhos impudicos.
Num momento único,
Beijos trocados, molhados, braços entrelaçados, ao sabor do vinho
O sopro do saxofone acompanha o compasso da cena,
Um brinde ao amor.