Espinhos na alma.
Você me fez sentir na carne,
O prazer de solver o cálice do amor,
A bebida sagrada dos deuses,
Deixou-me embriagado, deleitou-me
Com o sagrado sentimento do amor.
Deslumbrou-me, com a magia,
Fez-me sentir o que poderia ser,
O mais profundo amor.
Mais também me fez sentir,
A mais profunda dor,
Quando me deixou;
Colocou-me espinhos na alma,
Transfigurando-me.
Espinhos invisíveis penetram o meu ser,
Sangrando-me por dentro, rasgando o meu peito.
Um resto de mim, grito no vazio, calado surdo abafado.
Você fez-me conhecer o tormento,
Saborear o fel amargo da despedida,
O sentimento triste de ter de aceitar,
Dizer adeus, te perder,
“E nunca mais poder te esquecer”.
Cláudio D. Borges.