A Flôr de Pompéia

Finalmente chegou o grande dia tão esperado

O encontro da moça sonhadora com o jovem italiano enamorado

Ela sonhava em ouvir eu te amo nem que fosse uma única vez

A certeza do amor de ambos era tamanha que não admitia talvez

A moça levaria nas mãos uma singela flôr

Que entregaria com carinho a seu amor

Nenhum dos dois faziam idéia

Da tragédia que se abateria sobre a cidade de Pompéia

Diante um do outro o coração disparou

O estrondo da garganta de fogo ecoou

O vulcão Vesúvio subitamente acordou

De mãos dadas tentaram desesperadamente se proteger

Não queriam morrer antes do amor conhecer

Mais cada ser humano tem sua própia sina

Condenados a viver um amor em meio a ruinas

De repente cinza se tornou a cor do céu

Não houve tempo nem de ter um passado

Ele a abraçou forte e disse eu te amo Raquel

E ambos foram soterrados

O acaso não existe

E numa manhã fria e triste

O arqueólogo descobriu

O que os olhos humanos nunca antes viu

A cidade intacta não era um cenário de horror

A lavra e o tempo transformaram em pedra toda a dor

Pais abraçavam os filhos

Filhos abraçavam os pais

Na hora da morte somos todos iguais

Dentro da catedral visualizaram um casal

Abraçados e deitados no chão

Eram duas pedras que juntas formavam um coração

Na fisionomia deles não havia resquícios de dor

Passam-se os séculos mais não passa o verdadeiro amor

O rapaz tinha o rosto sereno e a abraçava com ardor

A moça tinha nos lábios a menção de um sorriso e trazia na mão uma flôr...

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 23/11/2010
Reeditado em 24/11/2010
Código do texto: T2632709