AINDA É AMOR!
O amor passou como se fosse vento de dezembro,
Rápido e devastador, levando o intenso desejo.
Foi no fim do triste inverno, eu me lembro,
Que ele chegou, ousado, com o calor dum beijo.
Transbordou perfume de flores em setembro;
No meu coração de primavera, lindo ensejo.
Dos sonhos fez castelos; da verdade, templo,
Porém, quis jogar com a sorte no bilhete do realejo.
Assim, o vento forte derrubou as cartas;
Junto com a chuva, levou as orações fartas,
De tanto falar em vão, desfez as palavras.
E, agora, o amor não verá o verão, está acabado.
Creia que este último verso está um tanto manchado
Porque, aqui, caíram algumas gotas de lágrimas.