Inocência

Eu senti teu cheiro e não consegui dormir.

A tua fragância penetrou em meus pulmões,

Enraizou-se em cada artéria.

Logo, me veio à memória a primeira vez que eu te vi,

Os teus olhos encontrando-se com os meus.

Eu sorri, você ficou sem graça,

Abaixou a cabeça, mas pude ver que sorria.

Tua pele,tão macia,tão real.

Parecia até mesmo inexistente.

Você dorme em meu peito,

Enroscada em meus braços.

Te olho, fitando teus olhos,

Sentindo tua respiração.

Impossível dormir, tenho medo de te perder,

De acordar e não ter mais você.

A madrugada esfria,

Você se apega ainda mais ao meu corpo.

Tuas pernas sobre as minhas,

Eu puxo a coberta pra te cobrir.

Dormes tranquilamente,

Eu admiro tua beleza.

Uma coruja senta-se na janela,

Olha-nos brevemente e logo torna a voar.

Lá vai ela, revelar nossa nudez,

Nosso amor profundo,mas inocente.

Calada nasceu a noite,a Lua nos contempla,

E eu, enfim,consigo descansar,em teus braços!

A.F. 25-05-2010

Anita Ferraz
Enviado por Anita Ferraz em 16/11/2010
Reeditado em 16/12/2010
Código do texto: T2618448
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