Princípio da Imprecisão

Nada concreto, nada certo.

O princípio de tudo está na imprecisão.

Incauto e distraído, segui você por instinto

Conhecia a tua e não mais que isso

Nada previsto, nada certo.

Continuei o meu caminho

Vendo-te distante, ao longe.

Nada supus, nada confirmei.

Segui adiante somente naquele instante

Duvidoso de que tudo chegasse a algum lugar.

Saboreei o que não tinha

Imaginei o que um dia viria...

Seria você quem eu gostaria?

Tratei de apagar o desejo,

Controlar o meu ensejo

Audacioso o meu segredo.

Controlei-me e deti-me por completo.

Mesmo irrequieto, ansioso por um contato

Pensei feliz de um dia vê-la do meu lado.

Caprichei em palavras e movimentos

Na incerteza de alguns complementos.

Senti-me tranquilo quanto àquele momento

Sabia que um dia completaria o restante

Do impreciso carinho que obtuso previa

De uma tarde fatigante.

Supus que mais nada havia de fazer,

Senão observar você.

Cálida, quieta e lindamente encantadora

Traquinei outras possibilidades

Outras tentativas por outras vias

Nada disso havia em meio às estripulias

Sentei, observei e me calei.

Como podia tão doce menina

Com ares de mulher,

Saber o que queria?

Não palpitei, nem sequer optei.

Deixei que o tempo lhe dissesse onde ir e pra quem sorrir.

Nas minúcias de teus finos traços

De tuas delicadas formas

Trajes perfeitos de tua bela história.

Ouvir-te simples em mansa voz

Tuas belas notas e teus lindos gracejos.

Perdoe-me se ainda penso em ti

É válido e é tranquilo

Viajar para um mundo desprovido e destituído

Da improbabilidade da certeza.

Mas foi lá que encontrei a tua beleza

Um muro concreto de estórias

Coisas belas de se guardar na memória.

Singelos tempos de menina

Vários desenhos, longos abraços

Tempo que não volta, mas que concorda

Em tua alma pequenina, lá se vai bela menina

A contemplar a todo instante

O brinquedo que outrora doravante, havia deixado de lado

Se por isso me encanta, os teus desejos,

Só posso prever que nada é exatamente certo

Que o impreciso irá assolar os nossos caminhos

Que mesmo de tarde, ainda sozinho

Pretendo um dia estar em frente, ao que penso,

Ser um bom grado de felicidade

E em plena flor da idade,

Não madura e nem infantil.

Navegando em águas sutis

Feliz. Vai ela menina,

Passeando sem direção em busca de emoção,

A lugares indizíveis, improváveis e intangíveis.

Um coração, é um lugar

Onde podemos estar

E podemos contar e confiar.

Saber escolher é difícil

E estamos sempre a beira do precipício

Quedados por solicitudes

Nos amiúdes da imprecisão

Mas com emoção decidimos que

Viver é só mais um risco

E é exatamente isso que eu preciso

Pra ser feliz em algum instante

Numa brecha de solidão, quando a emoção

Por fim se entregar e puder voltar a amar

Sem medo de me machucar.

Aí eu diria numa tarde fria

“Estou pronto para te conhecer”

Pedro HD Delavia
Enviado por Pedro HD Delavia em 02/11/2010
Código do texto: T2592711
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