Fruto de uma desilusão
Entregue-se desgraçada a força de sua desilusão
bebas parte do fel que tranborda do meu cálice
tú que foste a primeira a domar o meu coração
tú que, brincando com um desavisado, um ilutre
fizeste de sua alma retrato da mais triste face.
Devoraste minha vida como um vil e faminto abutre
não deixando nem um pequeno humus do perdão
me fizeste um vingador, uma vida desalmada
que tudo gastou para te ver um dia a mendigar
um simples olhar daquele por quem foste amada.
Gastei minhas esperanças, vendi meus sonhos
só para te ver, um dia, redinda aos meus pés
suplicando uma gota do em sincero e puro amor
que um dia, tolo, te devotei até o esgotamento
do qual só resta magoas amargas como o fel
bebas agora o fruto do teu desprezo, com voracidade.