Titanic

O navio imponente já vai zarpar

Na despedida pela primeira vez vejo meu avô chorar

Com sua vivência e sabedoria pressente o destino do navio

Aceno sorrindo para esconder meu peito naufragado em imenso vazio

Ouço a música, contemplo o brilho dos lustres

A beleza das louças e o preconceito polido entre esfarrapados e ilustres

Desço delicadamente as escadarias do salão

Nenhum Leonardo di Caprio espera para beijar a minha mão

Então do navio resolvo saltar

Nesse mar de dor nenhum bote salva-vidas poderá me resgatar

O Titanic foi a maior tragédia do mar

Minha tragédia seria não poder te amar

Mais um pobre diabo segura com força a minha mão

Já ouvia minha família dizendo esse moço não serve para você não

Então corro para a proa do navio e abro os braços para voar

Eu precisava sentir o vento nos cabelos e a brisa minha pele arrepiar

Enquanto ele me abraçava a sussurar

Não tenha medo ninguém irá nos separar

Mais no mar escuro de águas calmas

Se escondia a morte tentando separar duas almas

Naufragou o navio que diziam ser mais forte que Deus

Tantos planos e sonhos e eu nem pude te dizer adeus

Gritos de dor na escuridão

Um iceberg no peito em forma de coração

Enquanto você descansa no fundo do mar

Eu tento desesperadamente me salvar

Se para minha família você foi o pobre diabo que ousou minha redoma de vidro quebrar

Para mim você foi o homem que me ensinou a não ter medo de lutar

No cais meu avô ansioso a esperar

Sem o amor dele esse tragédia eu não conseguiria superar

Na noite sem estrelas no céu

Entre os sobreviventes ele avista a neta Raquel

Com imensa dificuldade para andar ele abre os braços para ela esperar

Sabe que um dia ela será feliz e fará tudo para ajudar

Mais quando olha nos seus olhos sem brilho e sem pranto para derramar

Compreende que sua alma ficou no fundo do mar...

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 25/10/2010
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