Rosas
Das frágeis pétalas
As rosas se formam
Da mesma maneira
Que pessoas se amam
Qualquer leve vento
Fere a beleza
Leva as pétalas
E trás a tristeza
Seu vermelho
É a mais bela cor
Que gerá em qualquer um
Uma chama interior
Entre as flores
É a mais bela
E só os de sorte
Podem ter ela
Só quem a sente
Vai entender
A alegria perfeita
Que ela há de lhes preencher
Mas essa rosa
É mais que aparência
É seu interior
Que lhe dá existência
Mas para alcançar
Tem de se esforçar
Porque não vai conseguir
Sem se dedicar
O que recobre a flor
São espinhos variados
Que mantém a todos
Bem afastados
Existe uma forma de atravessar
É pelas pétalas que se deve passar
Para enfim conseguir alcançar
O belo interior que veio a desejar
O interior é doce
E ao alcança-lo
Pessoalmente
Poderá comprova-lo
Ao fim eu digo
Do seu maior temor
Que acaba com a flor
Com o seu calor
Esse é o fogo
Ilusão da beleza
Que mata a flor
E com ela a pureza
A luz produzida
Pode iludir
Mostrando beleza
Que na verdade há de extinguir
Logo não sobra nada
Nem fogo, nem flor
Tudo que resta
É a sensação de sua dor
Porque extinguir
Tão bela flor?
Talvez para retirar
O espinho da dor
E opostos a esses
Que se renderam
Vem os que cultivam
Que os venceram
E provam da doçura
Dessa rosa
E vivem felizes
Com a vida a toda prosa
Desejo-lhes então
Que aprendam a podar
Para finalmente
Conseguirem amar