Rosas

Das frágeis pétalas

As rosas se formam

Da mesma maneira

Que pessoas se amam

Qualquer leve vento

Fere a beleza

Leva as pétalas

E trás a tristeza

Seu vermelho

É a mais bela cor

Que gerá em qualquer um

Uma chama interior

Entre as flores

É a mais bela

E só os de sorte

Podem ter ela

Só quem a sente

Vai entender

A alegria perfeita

Que ela há de lhes preencher

Mas essa rosa

É mais que aparência

É seu interior

Que lhe dá existência

Mas para alcançar

Tem de se esforçar

Porque não vai conseguir

Sem se dedicar

O que recobre a flor

São espinhos variados

Que mantém a todos

Bem afastados

Existe uma forma de atravessar

É pelas pétalas que se deve passar

Para enfim conseguir alcançar

O belo interior que veio a desejar

O interior é doce

E ao alcança-lo

Pessoalmente

Poderá comprova-lo

Ao fim eu digo

Do seu maior temor

Que acaba com a flor

Com o seu calor

Esse é o fogo

Ilusão da beleza

Que mata a flor

E com ela a pureza

A luz produzida

Pode iludir

Mostrando beleza

Que na verdade há de extinguir

Logo não sobra nada

Nem fogo, nem flor

Tudo que resta

É a sensação de sua dor

Porque extinguir

Tão bela flor?

Talvez para retirar

O espinho da dor

E opostos a esses

Que se renderam

Vem os que cultivam

Que os venceram

E provam da doçura

Dessa rosa

E vivem felizes

Com a vida a toda prosa

Desejo-lhes então

Que aprendam a podar

Para finalmente

Conseguirem amar

Rafael A Souza
Enviado por Rafael A Souza em 20/10/2010
Código do texto: T2568528
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