LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE X)

A queda foi inevitável.

Não havia notado que voava tão alto!

Mas o sentimento aliviado me trazia ao chão

Devagar, como uma folha caindo da árvore.

Meus pés tocaram o vale,

Senti a brisa, leve em meu rosto.

Caí exausta à sombra verde.

Olhos fechados, ainda sentindo o perfume do mar...

Tateei o chão em busca da cruz e do brasão.

Encontrei a cruz, perto de mim,

Agarrei-a com toda a força que restava em meus dedos.

O brasão foi mais difícil encontrar...

Mas o achei... sujo e um pouco quebrado...

Segurei-o com carinho e, junto com a cruz,

Guardei-os no peito.

Ao longe, no vale, a estátua grega caminhava,

Com exaltação e leveza,

Mas sentia o calor do fogo

Cada vez que me dirigia um olhar ao longe.

Ensaiei alguns passos em sua direção,

Mas o brasão e a cruz pesavam tanto

Que não conseguia me mover.

Não poderia jamais esquecer

Tudo o que aconteceu...

Meu mundo quase se perdeu

Porque me deixei envolver

Por um deus grego sedutor...

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 19/10/2010
Código do texto: T2565989
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