LEMBRANÇAS MELANCÓLICAS DA SOLIDÃO (PARTE X)
A queda foi inevitável.
Não havia notado que voava tão alto!
Mas o sentimento aliviado me trazia ao chão
Devagar, como uma folha caindo da árvore.
Meus pés tocaram o vale,
Senti a brisa, leve em meu rosto.
Caí exausta à sombra verde.
Olhos fechados, ainda sentindo o perfume do mar...
Tateei o chão em busca da cruz e do brasão.
Encontrei a cruz, perto de mim,
Agarrei-a com toda a força que restava em meus dedos.
O brasão foi mais difícil encontrar...
Mas o achei... sujo e um pouco quebrado...
Segurei-o com carinho e, junto com a cruz,
Guardei-os no peito.
Ao longe, no vale, a estátua grega caminhava,
Com exaltação e leveza,
Mas sentia o calor do fogo
Cada vez que me dirigia um olhar ao longe.
Ensaiei alguns passos em sua direção,
Mas o brasão e a cruz pesavam tanto
Que não conseguia me mover.
Não poderia jamais esquecer
Tudo o que aconteceu...
Meu mundo quase se perdeu
Porque me deixei envolver
Por um deus grego sedutor...