eu
as amoras se oferecem pretas dos galhos a minha janela
as ameixas de amarelas no alaranjado, bicos polpas, suculento...
os pássaros não deixam o quintal e tudo é festa
estão já bem redondas suas panças e quase tropeçam nos próprios pés, de gordos,
e engraçados
rio-me muito...
enquanto almejo outros horizontes, ainda escondidos na bruma
rio do entardecer, do ciciar dessas folhas, do abraço inerte da árvore
rio do ciclo da vida, das formigas em sua longa fila
rio de mim...
eu dou risada do caminho
caminho do não sofrer