DUPLAS ASAS
Hoje, enquanto a chuva caia
Senti na pele a dor de quem sofre.
Percebi em cada gota de chuva
Um olhar emudecido... distante
A contemplar o dia de ontem.
Senti no fundo d'alma
O pulsar de um coração
Sôfrego aos prantos,
Que buscava ao longe
Um mais você
Entre as gotas das lágrimas
Que banhava uma face angelical de mulher.
A chuva em seu ciclo, todavia, porém
Afagava a face da terra
Regando a beleza do jardim
Banhando o leito dos rios
O dorso da mãe natureza.
Mas em um canto da vida
Uma face angelical
Tentava esconder... Camuflar a dor da perda
A saudade exposta na vidraça
Vista somente por ela...
Que aos soluços agarrava-se a vontade
De estar ao lado de quem tanto amou, outrora.
Aos poucos a chuva calou,
Banhou o corpo da mãe natureza...
E a face angelical cessou as lágrimas,
Ao encontrar um verdadeiro amor
Como o sol secou a natureza
Nutriu e ceifou a alma da terra
Tentando desnudar as manhãs
E ver a beleza do céu decorado pela lua
Onde mansa e bela Ilumina o Universo.
Assim é o amor... Um anjo de duplas asas
Quando se perde... Adormece as asas
Mas quando o encontra...
Ilumina-se a face estilhaçando a dor fecunda
Rompendo as amarras deixadas por um amor de outrora,
O mesmo que um dia fez juras eternas.
26/09/10 – 21h48